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O que o Alan Cooper Faria?

A Interface do usuário desempenha um papel importante quando se usa uma aplicação, seja ela uma aplicação desktop, web ou mobile. O livro About Face, escrito por Alan Cooper, um líder de pensamento em design de interface de usuário, fornece uma orientação interessante e útil sobre a criação de uma UI para uma aplicação. A seguir estão algumas das idéias mais notáveis do livro.

Design para Usuários Intermediários

Cooper argumenta que a grande maioria dos usuários de qualquer produto de software pode ser categorizado como usuários intermediários - os usuários que basicamente sabem como utilizar o produto e geralmente o usa para fazer a mesma coisa o tempo todo. Ele estima que esses usuários sejam cerca de 80% dos usuários que utilizam o produto, com os 20% restantes igualmente distribuídos entre usuários avançados e iniciantes.

Entretanto, curiosamente ele lembra que apesar de a maioria ser usuário do produto, suas necessidades freqüentemente são negligenciadas no design da UI. Ele afirma que o gerenciamento tende mais para as necessidades dos iniciantes já que estes são os usuários com os quais eles normalmente interagem, enquanto que os desenvolvedores são por definição usuários experts do produto e tendem a pensar em usuários finais como experts também. Cooper considera que os intermediários tendem a se perder na mistura, apesar de ser a maioria dos usuários.

Ele explica que as necessidades dos três tipos de usuários diferem devido a sua familiaridade com o produto. Enquanto os experts querem maneiras rápidas para fazer as coisas e habilidade para customizar a aplicação, os iniciantes estão mais preocupados com o overview básico da ferramenta. Os intermediários tendem a fazer as mesmas coisas com a ferramenta e não querem ter seu processo de trabalho obstruído.

Usar Ferramentas que ajudem os Iniciantes a se tornarem Intermediários

Enquanto somente 10% dos usuários de produtos são iniciantes, todos os usuários do produto já passaram pelo estado de ser usuário iniciante. A atenção especial, no entanto, deve ser prestada ao design da interface ajudando os novos usuários a aprenderem o básico da aplicação.

Embora migrar os iniciantes para intermediário seja o objeto do design da UI, Cooper é rápido ao notar que, uma vez que o usuário tenha se deslocado da fase inicial para a próxima, a UI que o ajudou a alcançar isso já não será mais de muita utilidade. Na verdade, ele provavelmente vai obstruir o workflow do usuário.

Há inúmeros produtos tentando educar os iniciantes, mas ao mesmo tempo eles são irritantes aos usuários intermediários do produto. No VS2008 por exemplo, nós inserimos comentários no código de teste unitário gerado afim de ajudar os usuários iniciantes a entender os vários componentes de um teste unitário. Mesmo servindo bem ao seu propósito, eles atrapalham quando o usuário já entende os componentes. Nós os removemos no VS2010.

Para ajudar aos usuário se tornarem intermediários, ele sugere adicionar algo à UI que forneça uma visão geral sobre como usar o produto. Ele sugere que seja possível remover esta informação da UI quando o usuário quiser. Isso normalmente vem na forma de um vídeo de "Primeiros passos" que navega pelas funcionalidades do produto.

Cooper acha que ajuda on-line e tooltips são melhores para usuários intermediários do que para iniciantes já que suas necessidades são claramente diferentes. Ele sugere que os intermediários buscam por documentos de referência educacional, enquanto iniciantes tendem a se interessar mais por informação que resuma esses documentos.

Menos é Mais

Eu amo a citação: "Não importa quão legal sua interface é, se ela fosse menos, seria melhor."

Às vezes no design da UI, eu acho que nós esquecemos que os usuários usam um produto como uma ferramenta para alcançar um objetivo específico. Algumas vezes nós somos levados por ferramentas legais de navegação de forma que colocamos muito disso na UI. Um martelo roxo que brilha no escuro é inútil se ele não puder enfiar pregos na madeira.

Cooper e um advogado do design minimalista onde todas as opções devem ter um propósito e serem diretas. Ele luta por poucas opção que sejam mais diretas em uma interface. Ele declara que em uma UI bem orquestrada, a UI se torna quase transparente para o usuário já que ele naturalmente segue seu modelo mental.

Faça o Design para o provável, permita para o possível

Cooper advoga por seguir o modelo mental do usuário quando desenhando um produto e otimizando o fluxo principal da aplicação. Enquanto isso freqüentemente significa que alguém deve eliminar mais opções de um diálogo de forma que um programador sinta-se mais confortável ao fazê-la, isso não quer dizer que não deveria haver modos de realizar tarefas mais complexas e sofisticadas, apenas que elas devem ser de acesso mais difícil.

Se alguém destacar os tipos de atividades que um usuário executa em qualquer estágio de um fluxo de trabalho na aplicação, Cooper sente que sempre haverá um ou dois itens que são mais utilizados. Assim, a interface deveria ser otimizada para ajudar ao usuário encontrar essas atividades e guiá-los através deste fluxo ao invés de só listar todas as opções o tempo todo. Deveria haver uma forma para o usuário acessar as atividades menos utilizadas, mas a UI não deve ser otimizada para seu uso.

Eu acho que o ribbon do Office 2007 faz um ótimo trabalho para otimizar o provável, mas permitindo o possível. No ribbon, os itens que são mais prováveis que o usuário queira usar estão a 1 clique de distância, os itens que eles irão usar menos estão a 2 cliques de distância, os itens que são pouco prováveis de serem usados estão a 3 ou mais cliques de distância. Eles claramente otimizaram sua UI para o provável.

Elimine Diálogos de Erros ou Confirmação

Continuando com o tema de seguir o modelo mental do usuário e remover obstáculos que podem obstruir o fluxo dos usuários intermediários, Cooper advoga por remover todos os diálogos e erro e confirmação do seu produto. Ele acha que as aplicações deveriam fazer aquilo que, estatisticamente, tem boa chance de ser o correto, mas oferecer aos usuários a opção de desfazer sua ações.

Cooper declara que os usuários gostam de ver as opções disponíveis, executar uma ação e então receber a confirmação de que a ação foi bem executada. Sem confirmação de que a ação ocorreu, os usuários irão se perguntar se suas ações realmente ocorreram. Ao invés de oferecer notificações em pop-up, para comunicar o resultado das ações, Cooper favorece mensagens inline e auditoria de feedback positivo.

Enquanto eu concordo que o ideal seria se livrar dos diálogos de confirmação em todas as circunstâncias, eliminar todos eles é muito drástico para meu gosto. Para implementar o que Cooper sugere, os desenvolvedores precisam tornar reversíveis, todas as ações que o usuário execute, o que é muito caro e em minha opinião, desnecessário. Eu prefiro eliminar os diálogos de confirmação e tornar as ações reversíveis, porém no caso de ações drásticas, como formatar o disco ou excluir um arquivo, exibir um diálogo de confirmação parece bom, pois de fato, os usuários esperam por isso.

Por outro lado, eu tendo a concordar com ele que diálogos do erro devem ser inteiramente removidos do produto. Embora ele façam sentido para um programador, eu acho que ele tendem a fazer pouco sentido para o usuário final. Eu tenho visto muitos usuários frustrados porque seu fluxo é interrompido quando eles aparecem. Cooper nota que enquanto eles são usados para sinalizar que algo deu errado como o código, o usuário tende a interpretá-los como "Eu fiz algo errado." Quando os usuários são acusados de errar repetidamente, eles começam a odiar o produto. Eu tenho brincado com algumas das UI do Mac recentemente e me surpreendido em ver que eles parecem constantemente comer sua exceptions. Com certeza, problemas ocorrem - eles só não as mostram ao usuário.

Sobre o Autor

Naysawn Naderi é um programador do Time do Visual Studio na Microsoft. Atualmente, ele está focado na construção de melhores experiências de usuário para permitir testadores manuais testarem melhor e colaborar mais eficientemente com os membros do time de software. Ele possui um Bacharelado em Engenharia Elétrica da Universidade McGill. Ele mantém o blog Testmundo.

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