BT

Disseminando conhecimento e inovação em desenvolvimento de software corporativo.

Contribuir

Tópicos

Escolha a região

Início Artigos MuleSoft no Brasil: integração, tendências e planos para o país

MuleSoft no Brasil: integração, tendências e planos para o país

A MuleSoft, uma das principais empresas voltadas à integração de sistemas, com forte tradição open source, está aportando no Brasil. Isso significa novas contratações no país e acesso mais fácil por aqui às tecnologias criadas pela empresa. O lançamento oficial da MuleSoft Brasil acontece em 5 de dezembro (esta quinta feira), em um evento em São Paulo que conta com a presença do fundador Ross Mason e vários outros líderes e engenheiros.

Entrevistamos Edgar Silva, primeiro funcionário da MuleSoft brasileira e responsável pelo estabelecimento e crescimento da empresa no Brasil. Edgar é engenheiro de software por formação e nos fala não só da empresa e o mercado, mas também sobre conceitos de integração de sistemas e tendências tecnológicas na área de ESBs, serviços e APIs.

O que é a Mulesoft, quais são os principais projetos e produtos da empresa?

A MuleSoft é a empresa por trás de vários projetos open source focados em Integração/SOA e APIs. O mais famoso deles é o MuleESB, um dos primeiros softwares de Enterprise Service Bus do mercado. A empresa também investe no padrão RAML (http://raml.org/) usado para especificação, desenho e implementação de APIs baseadas em REST. O objetivo do RAML é apoiar a criação de um mundo de APIs conectadas, permitindo a interação de sites, empresas, comércio eletrônico e até máquinas da chamada "Internet das Coisas".

Para clientes corporativos, a MuleSoft oferece o suporte de produtos via assinaturas. A empresa também disponibiliza seus produtos de forma Community/Open Source. Nesse caso, o suporte vem da comunidade de desenvolvedores que já soma mais de 150 mil mundialmente.

Fale-nos um pouco mais sobre integração e ESBs...

Integração é a peça chave no mundo conectado. Muitas empresas têm a necessidade de fazer um sistema conversar com outro ou com vários. É aí que surge a necessidade de usar um barramento de serviços e orquestração (ESB ou Enterprise Service Bus). O ESB funciona essencialmente como mediador. Imagine um serviço em um site de compras, que mostra o catálogo de produtos mas que precisa se integrar com o meio de pagamentos rodando num mainframe ou web service. É um exemplo de de necessidade comum hoje. Além da mediação, um ESB oferece serviços como transformação de dados, envio e roteamento de mensagens e várias outras funções.

Outro fator determinante para evolução deste tipo de tecnologia é o consumo de serviços externos através de APIs, que vem chamando atenção do mercado. Existem empresas hoje que fazem mais negócios com suas APIs que com seus sites originais. É uma tendência apontada pela Gartner, Forrester e outros institutos de pesquisa. E com a explosão do mobile e da Internet das Coisas, as demandas por APIs, colaboração e agilidade nunca foram tão grandes.

Poderia citar alguns exemplos de APIs que podem ajudar alavancar negócios?

Claro. APIs para Dados Abertos, e-commerce, serviços de pagamento e de viagens, entre outros. Estas são sérias candidatas a terem parte do seus negócios, criados usando modelos baseados em REST/URIs e implementações que podem ser camadas sobre sistemas que já existem e funcionam.

O que fez a MuleSoft aportar no Brasil?

O Brasil respira open source, inovação e desafios! Então a MuleSoft tinha que estar estabelecida aqui. Temos certeza de que o Brasil em muito pouco tempo terá representatividade marcante para a empresa e para o mercado de integração como um todo.

Qual o seu papel na MuleSoft Brasil e os planos para a empresa no país?

Sou o primeiro funcionário no Brasil e fui contratado para ser o responsável em trazer a operação para o país. Desde o início de dezembro já temos escritório em São Paulo, e o primeiro grupo de funcionários deve estar todo contratado até o final do ano. Está em nossos planos ir muito em breve para Brasília; também haverá atendimento ao Rio, BH, Porto Alegre, Salvador, Recife e outras capitais, através de parceiros locais.

A demanda por soluções de integração passou por certa estagnação no início nos anos 2000, mas agora está voltando com toda a força. O que você acha que explica isso?

Em 2000 vivíamos o início das aplicações na web de forma efetiva, as primeiras ASPs (Application Services Providers), que evoluíram e hoje são chamadas de SaaS. Como exemplos temos a SalesForce.com se tornou uma empresa gigante, e nem precisamos comentar do Google, Amazon Web Services e outras.

Nessa linha, as integrações deixaram de ser apenas ponto a ponto, indo muito além de (por exemplo) receber arquivos XML via Web Service ou FTP, transformar esses arquivos, publicar num CICS e gravar num banco de dados. Apesar de esses cenários ainda existirem, torna-se cada vez mais importante conectar o mundo externo (a nuvem) com o interno (às vezes chamado "on-premises software"). As empresas estão buscando uma visão global de seus consumidores e clientes, e continuam na busca de fornecer maior agilidade e de integrar seus sistemas antigos ou legados com soluções novas.

Avalie esse artigo

Relevância
Estilo/Redação

Conteúdo educacional

BT