Em uma entrevista recente com Saul Hansell do “The New York Times”, Steve Ballmer compartilhou sua visão sobre cloud computing e do nicho do Azure.
Ano passado, Ballmer deu a seguinte definição de cloud computing na entrevista para a CNET:
Eu penso que quando as pessoas falam sobre cloud computing elas estão falando sobre alguma coisa, colocando ela fora da firewall e talvez colocando também em servidores compartilhados --ou sistemas de storage-- que também são compartilhados, talvez com outras empresas que eles não sabem nada a respeito.
É assim que o Ballmer imagina a estratégia do cloud computing da Microsoft este ano, de acordo com Hansell:
Agora, essa figura carece de algumas explicações. Praticamente, todo o software que a Microsoft produz e vende, que atualmente roda em servidores, foi reescrito para rodar no cloud da plataforma Azure. “Windows Server” será “Windows Server” e então “Windows Azure”. Sobre o SQL Server, absolutamente necessário no cloud, Ballmer disse:
Aposto que quando terminarmos, se eu ganhar, ele será chamado de SQL Azure.
Parece que tudo irá rodar no Azure no data center da Microsoft. No topo ficam os programas do Office, e Ballmer considera que eles não serão substituídos por web sites como o Google Docs:
Todo mundo diz “Você precisa executar em um navegador.” Isso não faz sentido. Quando você roda em um navegador, você não está rodando HTML, você está apenas fazendo o download do código para o navegador ao invés de copiar para o PC.
Krishnan Subramanian, um evangelista do cloud computing, não concorda com a interpretação de Ballmer de como os navegadores executarão as aplicações:
Isso está claramente errado. Não estou certo se Steve Ballmer disse exatamente isso ou o autor do artigo interpretou mal o Sr. Ballmer. Mas, é um claro erro de representação dos fatos e não tem como esses dois serem um e o mesmo. Usando as palavras do Sr. Ballmer, claramente não faz sentido. …
Quando serviços como o Google Docs são acessados usando um navegador, ele não instala software no navegador como aplicações de desktop. Ao invés disso, alguns dos serviços fazem download de um pequeno script (talvez alguns kilobytes até um Megabyte) para o navegador (armazenado em uma pasta temporária e, geralmente, removido depois que a sessão é encerrada) de maneira a oferecer uma experiência como num desktop para os usuários. De fato, a parte mais pesada é feita do lado do servidor, nos Clouds.
Subramanian pensa que o Ballmer usa essa abordagem para de fato justificar a estratégia Software+Serviço (S+S) da Microsoft:
É triste que fatos são mal representados para justificar a estratégia de S+S da Microsoft. Eu preferiria que a Microsoft desse algumas razões realmente verdadeiras para convencer os usuários a comprar o seu software empacotado do que passando informações tão erradas.
Falando sobre o avanço da Microsoft no cloud computing, Ballmer não vê o Google como uma ameaça:
É tudo muito recente. É recente para a Amazon. VMware apenas acabou de sair. Nós acabamos de começar. O Google ainda não está lá. …
Nós levamos 10 anos para estabelecer nossa capacidade de negócio e essa empresa, o Google, ainda não começou realmente a focar. Nós sabemos o que o negócio precisa: segurança, complacência, histórico.
A visão de Ballmer pode não estar tão clara quando desenhada a mão num quadro branco, mas ele está confiante que a Microsoft fez seu dever de casa e será vencedora nesse jogo.