Equanto as empresas estão experimentando e examinando os métodos ágeis, a pressão da diretoria é "mostre-me o dinheiro"; mudar a forma de uma grande empresa entregar software é parecido com virar um tanque de óleo - é possível, mas precisa de tempo e de energia. A gerência precisa ser convencida de que a mudança promoverá o alcance de pelo menos um dos dois objetivos estratégicos básicos de qualquer organização: reduzir custos ou aumentar as vendas.
Em um artigo de 2008, Scott Ambler aponta a motivação por trás da questão de justificar o custo e lista alguns itens que mostram isso:
- As abordagens ágeis têm mais sucesso do que as técnicas tradicionais
- As equipes ágeis são mais produtivas do que as tradicionais
- Os projetos ágeis produzem produtos de melhor qualidade do que as abordagens tradicionais
- Os clientes das empresas estão mais satisfeitos com o resultado dos projetos ágeis
- Os projetos ágeis custam menos do que os convencionais
Ambler fornece os dados que deram origem aos resultados citados, em outro artigo, disponível nesse link.
Uma longa discussão no LinkedIn sobre esse assunto no grupo Agile Alliance nos dá algumas informações interessantes:
- Medir a produtividade de uma pessoa que trabalha com o conhecimento é, na melhor das hipóteses, uma tarefa muito difícil
- Já que não faz muito sentido desenvolver o mesmo projeto duas vezes em duas metodologias diferentes, uma comparação direta é impossível
- O valor do feedback rápido normalmente é percebido nos custos que são evitados pelos erros não cometidos
- Os projetos ágeis tendem a trazer inovação; o que resulta em produtos melhores e que atendem mais efetivamente as necessidades da empresa e "derruba os concorrentes".
Um participante do grupo (Steve Gordon) disse:
O problema de medir o comportamento das pessoas, é que as atitudes de quem trabalha com agile é mais diferente no modo do que na quantidade.
Pode-se esperar que os métodos ágeis direcionem a descoberta de melhoria nos requisitos muito antes e mais rápido do que as abordagens tradicionais (devido ao feedback durante o trabalho antecipado com os artefatos e a pré-disposição de tratar mudanças). Quando você melhora os requisitos, melhora o produto entregue.
Medir apenas a produtividade nua-e-crua fará com que você perca totalmente esse efeito importante do agile. Mesmo que a produtividade caísse um pouco (especialmente durante a transição), se o que for produzido for mais útil e relevante por causa do feedback constante e concreto, pode-se esperar que o valor entregue aos clientes seja muito maior.
Então, como medir o valor entregue aos seus clientes? Eu acho que seus clientes podem dizer isso melhor do que ninguém. Mas também depende do mercado. Em mercados específicos, a quantidade entregue pode ser mais importante do que a relevância ou a qualidade. Em alguns mercados, a inovação derruba seus concorrentes de um modo muito mais efetivo do que itens num quadro de comparação das funcionalidades.
Um fato interessante é a CNN reconhecer que agile tem causado um impacto nas abordagens gerenciais para a entrega de software, como é relatado no artigo "50 Quem Importa Agora - "pessoas, produtos, negócios e ideias que estão transformando o mundo dos negócios":
As equipes ágeis trabalham muito rápido -- As vezes em uma semana -- para criar pequenas partes de código. Assim que um componente é terminado, novas funcionalidades são incluídas. E esse ciclo se repete sempre. Agile também tem a reputação de permitir que os gerentes entreguem produtos dentro do prazo e do orçamento, o que ajuda a explicar por que ele tem-se tornado a metodologia escolhida por empresas como Google e Lockheed Martin.
Será que esse endosso vai encorajar ou desencorajar a adoção de práticas ágeis nas empresas?