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James Shore com mais sobre se Manter (Ágil) na Real

As vagas estão quase encerradas para os próximos cursos dos respeitados mentores do movimento Ágil Jim Shore e Diana Larsen , e a InfoQ conseguiu a oportunidade de conversar com Jim enquanto ele se preparava. Em uma entrevista casual, Jim falou sobre alguns tópicos como seu livro Art Of Agile, implementações erroneas de agilidade e como o Kanban não deve ser encarado como o ponto principal.

Primeiramente InfoQ perguntou sobre seu livro Art Of Agile, de co-autoria com Shane Warden, qual a sua importância e o que os leitores devem esperar ao lê-lo. Jim explicou que muitas das matérias introdutórias, como as relacionadas a Extreme Programming, focavam mais em "inovação e novos adeptos", enquanto seu livro foca em uma abordagem mais pragmática para a grande maioria que busca ingressar na agilidade. Jim descreve como o conteúdo do livro surgiu:

Esse livro é realmente uma síntese de minhas experiências com equipes, as quais apliquei XP no início e então partes do Scrum, porque muitas destas equipes já conheciam estas práticas. Além disso, introduzi também alguns conceitos de Lean. Tudo isso culminou em um modelo semelhante a Teoria das Restrições de Eli Goldratt que assemelha-se ao Lean. Finalizando, nós falamos sobre a série Agile Testing Directions de Brian Marick.

Mais informações sobre o livro podem ser encontradas nesta entrevista filmada na conferência Agile 2007.

InfoQ conversou com Jim sobre sua percepção de que a adoção de métodos ágeis estã crescendo de forma errada, como visto nos seus artigos Stumbling Through Mediocrity (Tropeçando na Mediocridade) e Decline and Fall Of Agile (Declínio e Queda da Agilidade). Resumindo sua observação, ele diz:

As pessoas estão dizendo, "Queremos ser ágeis", e então buscam a forma mais barata e rápida, e como resultado, esta transformação não estão tornando a vida delas nada fácil. Em muitos casos, estão tornando a vida pior.
...
O que eu vejo é que a palavra ágil se tornou um jargão, e agora "ser ágil", tornou-se o objetivo. Porém, se "ser ágil" é o objetivo, você pode simplesmente fazer qualquer coisa, por mais anormal que seja, colocar a palavra "ágil" e declarar sucesso, mas sem realmente ter feito nada que melhorasse a forma de trabalho. O objetivo do movimento ágil não é "se tornar ágil", mas sim produzir sistemas que tenham valor e que façam o que se propõem de maneira eficaz, flexível e humana.

Quando nós perguntamos o que a comunidade ágil pode fazer para melhorar a situação e Jim respondeu:

Precisamos parar de dizer que "ser ágil" é fácil. Precisamos dizer que "ser ágil" é ser eficaz, é ser poderoso e assim, poderemos ter valor, porém isso não é necessariamente fácil. Na verdade, é difícil. Éuma mudança organizacional e qualquer mudança organizacional é difícil.

Durante a conversa sobre a tendência na qual a metodologia ágil estão sendo aplicada sem realmente ser entendida ou utilizada em todo seu potencial, o tópico sobre Kanban apareceu. Jim explicou que acha o Kanban uma ótima ferramenta, mas se preocupa demais com o foco excessivo dado a tal ferramenta e pensa que desse jeito podemos estar perdendo a ideia principal proposta no Lean:

Eu acho o Kanban uma ideia interessante, e uma ferramenta excelente... porém, As Ideias de Desenvolvimento de Softwares baseadas no Lean  trazidas do Sistema de Produção Toyota para o mundo ágil [inicialmente por Mary e Tom Poppendieck], propõem muito mais do que apenas uma maneira de se planejar o trabalho, o que é, a grosso modo, a ideia do Kanban. Coisas como "Fluxo Contínuo" e a filosofia de melhoria [uma "Cultura de Aprendizado"], e eliminação de desperdício são outros conceitos. Penso que o Kanban é apenas uma das ferramentas usadas para criar o ambiente de Fluxo Contínuo. Este cenário seria similar a adotar XP e Scrum, porém se preocupando apenas com o planejamento.

Muitos dos defensores do Kanban dirão "Não, o Kanban é uma filosofia" e para estes eu pergunto "Por que não falar sobre Lean então"? Porque nós já possuí­mos uma filosofia no Lean e ela se ajusta perfeitamente na metodologia ágil.

Se vamos usar o Kanban, então não usemos apenas o Kanban, Vamos usar toda a filosofia Lean, pois esta se ajusta perfeitamente a metodologia ágil.

Quando questionado sobre o que mais ele acha interessante no Lean, Jim encerra nossa conversa dizendo:

Quando li pela primeira vez o livro do Poppendieck pensei: "Finalmente, aqui estão algo que explica o porque de estarmos fazendo tudo isso focado em agilidade". Claro que o Manifesto ágil possui principios importantes, mas ao meu ver, Lean traduz estes conceitos de uma forma melhor. Coisas como porque nos preocupamos em manter nosso leque de opções em aberto e cuidado em entregar frequentemente algum pacote. Lean provê uma otima explicação para isso.

Se você está interessado nas ideias de Jim sobre agilidade, considere algum dos cursos Art of Agile Planning & Delivery que ele e Diana Larsen estão oferecendo entre 8 e 12 de Junho.

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