O Google anunciou que está trabalhando em um novo sistema operacional chamado Google Chrome OS. Baseado num núcleo Linux com uma nova interface de janelas, o novo sistema operacional é direcionado primeiramente à netbooks e será de código aberto e livre.
Após dominar a Microsoft no campo de buscas na internet, após entrar no mercado de aplicações móveis com o Android, o Google está entrando diretamente no coração dos negócios da Microsoft: o sistema operacional. O Google está seguindo sua visão: um mundo inteiramente conectado onde todos os dados e aplicações estão em servidores "na nuvem" e onde os usuários precisam apenas de um browser para acessar tudo. O Google tem um browser, o Chrome, mas eles querem um sistema operacional temendo que a Microsoft eventualmente dificulte as coisas para eles e no fim acabem por colocá-los em uma posição de menor importância, tendo controle do sistema operacional dominante.
Na verdade eles não querem recriar um novo sistema operacional completo, mas, ao invés disso, usar núcleo Linux e criar um novo e pequeno sistema de janelas sobre esse núcleo. A principal e provavelmente a única aplicação rodando no sistema será o browser Chrome. As outras aplicações serão online, acessadas através do browser. A idéia é oferecer ao Chrome um suporte que não é controlado por terceiros e praticamente repetir a guerra dos anos 90, quando a Netscape queria cobrir o desktop com seu browser, tornando o Windows irrelevante.
O Google vai abrir o código do sistema operacional Chrome até o fim desse ano, e convida a comunidade a participar dos esforços quando isso acontecer. Eles também estão em negociação com diversas fábricas para produção de netbooks para a segunda metade de 2010, mas eles não querem parar nos netbooks. Eles querem levá-lo aos laptops e desktops. Enquanto o Android está também nos netbooks, eles dizem que os dois produtos irão se complementar, com o Android começando a ser direcionado a dispositivos móveis. O sistema operacional Chrome vai executar tanto em processadores x86 como ARM.
Os desenvolvedores poderão trabalhar da mesma maneira, usando a plataforma web de sua escolha. Eles apenas não vão desenvolver para desktop, mas vão criar aplicações on-line como já fazem.
O Google quer construir um novo sistema operacional para:
Velocidade, simplicidade e segurança... Nós estamos desenhando o sistema operacional para ser rápido e leve, para iniciar e conectar-se à web em poucos segundos. A interface de usuário é mínima para não atrapalhar o usuário, e a maior parte da experiência do usuário tem seu lugar na web. E como fizemos para o browser Google Chrome, nós vamos voltar ao básico e redesenhar completamente a arquitetura fundamental do sistema operacional para que os usuários não tenham que lidar com vírus, malware e atualizações de segurança. Ele deve simplesmente funcionar.
O Google põe claramente a Microsoft na mira dizendo:
As pessoas querem acessar seus e-mails instantaneamente, sem perder tempo esperando por seus computadores e browsers iniciarem. Elas querem seus computadores executando tão rápido quanto quando foram comprados. Elas querem seus dados acessíveis onde quer que elas estejam e não querem se preocupar sobre perder seus computadores ou esquecer de fazer cópia dos dados. Ainda mais importante, elas não querem gastar horas configurando seus computadores para funcionar com cada novo componente de hardware, ou ter de se aborrecer com atualizações constantes de software.
Algumas das companhias que estão trabalhando em conjunto para fazer isso acontecer são: Acer, Adobe, ASUS, Freescale, Hewlett-Packard, Lenovo, Qualcomm, Texas Instruments, e Toshiba. O nome mais interessante da lista é a Adobe, uma empresa de software. Isso indica que o Adobe AIR vai ter bom suporte no novo sistema operacional e que provavelmente continuará a ter um bom super à Flash no browser Chrome. É interessante perceber que o Google continuará respeitando o Silverlight, que é suportado atualmente pelo Chrome 2.0.
Uma nova página na história se inicia. É difícil dizer qual será o efeito. O Google vai certamente conquistar parte do mercado, mas a Microsoft também vai reagir. Nós vamos aguardar e ver sua reação. O primeiro movimento é sugerido pela condução de uma pesquisa para um browser muito mais seguro, de nome-código Gazelle. E o caminho do sucesso para o Google não é tão simples. Aplicações online não são tão maduras e rápidas como as de desktop. Também existem problemas relacionados a rede. Existe um grande número de pessoas utilizando aplicações desktop, e isso não vai mudar tão cedo, mas nós estamos vivendo em um mundo de mudanças rápidas.