No seu novo post – Uma proposta de valor para arquiteturas corporativas – Richard Veryard discute sobre o papel da arquitetura corporativa.
No caso da Arquitetura Corporativa (EA), existe uma visão tradicional (planejamento de EA como TI) e uma visão emergente (EA como estratégia de negócio). Eu acho que a questão sobre a proposta de valor abre uma discussão sobre a possível evolução e o potencial multitarefa dos times de arquitetura corporativa
De acordo com Richard, uma das questões chave sobre a proposta de valor é a escala de tempo. Por um lado, um objetivo típico de um time de arquitetura corporativa é agregar valor em longo prazo, através de pesquisa e desenvolvimento de novas capacidades técnicas e de negócio. O problema com essa direção da arquitetura corporativa é que um negócio normalmente requer um longo tempo para mensurar e realizar esse tipo de valor. Por outro lado, times de arquitetura corporativa estão freqüentemente envolvidos com participações (liderança) em projetos corporativos de TI com objetivo de melhorar as taxas de sucesso.
Richard aponta dois grandes problemas de um alinhamento próximo de EA com projetos:
O primeiro é perspectiva. Se a arquitetura corporativa está trabalhando próxima dos projetos então como pode ser a perspectiva da arquitetura corporativa diferente da perspectiva dos projetos? E se o problema é que os projetos estão fazendo as coisas de forma errada, então como a arquitetura corporativa pode resolver os problemas enxergando a perspectiva dos projetos? A visão de requisitos de negócio da arquitetura corporativa dificilmente será muito diferente da visão de um bom analista de negócios do projeto. Se a arquitetura corporativa não mais estiver considerando a visão em longo prazo, então a proposta de valor estará largamente baseada na hipótese de que os arquitetos talvez tenham um pouco mais de conhecimento e experiência que os analistas de negócio, além de algumas técnicas e ferramentas superiores. ...A segunda dificuldade é que o trabalho de prever projetos e garantir sucesso nos projetos é largamente duplicado. Em grandes organizações de TI, talvez tenhamos gerenciamento de projetos, gerenciamento de programa, governança de TI, ferramentas e métodos, gerenciamento de qualidade (controle e/ou garantia) assim como a arquitetura corporativa, cada um deles com seu próprio "corpo de conhecimento", cada um tentando prevenir projetos de fazerem coisas de forma errada (e exigindo algum crédito). A palavra "silo"veio à mente aqui.
Isso também tem ligação com a questão de quem são os reais clientes da arquitetura corporativa:
... o CIO ou CFO que tem de pagar por ela, ou o gerenciamento da linha de negócios e o gerenciamento de projetos de TI que são questionados por empreender tempo e esforços em uma arquitetura corporativa "para o seu próprio bem", e nem sempre são gratos pela atenção da arquitetura corporativa?
Esse tópico também é discutido em outro post de Richard - EA: Think Globally, Act locally .
Ele aponta que existem várias opiniões sobre o que o papel da arquitetura corporativa deveria ser:
- Nigel Green
Eu sou o ‘global’ se você descreve tecnologia de negócios a La Forrester... EA é sobre transformação de negócios e não somente de TI.
- Anders Østergaard Jensen
EA = S + B + T de onde podemos inferir que EA é global
- Colin Wheeler
Eu acho que Arquitetura Corporativa é um framework lógico onde podemos tomar decisões de negócio de forma racional. Definitivamente, parte do foco global para mim
De acordo com Richard, a forma de trazer juntas as aspirações locais e globais da arquitetura corporativa foi sugerida por Tom Graves, que citou o slogan de Patrick Gedde Think Global, Act Local
Global. TI sozinha é muito restrita. A falta de arquitetura corporativa para toda a organização cria problemas para TI. Aja localmente (TI) pense globalmente (EA). Aplique arquitetura corporativa em detalhes para sistemas de TI e etc, mas sempre se lembre do global.” Como a maioria dos outros, Tom mantém-se convencido sobre a importância do global. “Arquitetura corporativa é a arquitetura da corporação, não TI – TI é apenas uma implementação, nada mais - remova o foco em TI!!
Richard resume esse post dizendo:
Existe uma grande diferença entre AS-IS(arquitetos corporativos frustrados com o departamento de TI) e TO-BE(arquitetos de negócio respeitado através do negócio). Mesmo se seguirmos com a linha de pensamento de Chris Pott’s onde a arquitetura corporativa deve ser uma forma de estratégia corporativa, existe uma forma de utilização na maioria das organizações. Nada de errado com pensar sobre o futuro, mas alguns arquitetos tem um dia de trabalho também.
O papel de arquitetos corporativos e arquitetos de forma geral, continua evoluindo. No início dos anos 90, a população de arquitetos era pequena e tipicamente incluía bons desenvolvedores, que não queriam gerenciar pessoas. No final dos anos 90, tornar-se um arquiteto era a profissão de TI mais na moda. Nessa época, TI tinha (e freqüentemente ainda tem) todos os tipos de arquitetos, de arquitetos J2EE a arquitetos [inclua o nome de seu produto favorito] a arquitetos de segurança. E a noção de um arquiteto corporativo – o arquiteto mais alto do ranking – surgiu. A definição do papel foi e é diferente, dependendo da organização, e pode ser qualquer coisa de estratégia de negócios a guru técnico. Como resultado, temos muito pouca definição sobre o papel. A questão "Sobre o quê EA trata, o que é (emergente, mutante) a identidade de EA? "continua sem resposta.