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Um Olhar Introspectivo Para Evitar uma "Ascensão e Queda" do Agile

Discussões sobre "ascensão e queda" do movimento ágil têm sido tema recorrente aqui no AgileQ e na comunidade de um modo geral. Tais discussões giram em torno de impressões que há de que as pessoas não estão adotando práticas ágeis de maneira efetiva, que estão fazendo as coisas do jeito errado e complicando tudo; e que dificilmente se vê a "agilidade" como resultado. Kevin Schlabach sugere que a própria comunidade ágil tenha culpa nisto por não incentivar o surgimento de novos líderes.

Em seu popular blog Agile Commentary, Schlabach relembra a maneira como que ele conheceu agile:

Quando eu comecei na comunidade ágil, eu trabalhava com uma porção de grandes instrutores. Eram pessoas com comprovada experiência em Scrum, XP e outras práticas. Eles eram os "mensageiros" com um interesse em ensinar aos outros como fazer. Isso tudo fez com que eu aprendesse a fazer as coisas de forma correta. Eu não estava na internet lendo e tentando aprender sobre isso, pois já tinha contato com as práticas ágeis no dia-a-dia. Então eu tive oportunidade de entender as coisas muito rápido, obtendo assim uma experiência de sucesso e muito positiva.

Quando eu penso em alguém entrando na comunidade ágil, eu espero que possa aprender através de alguma experiência parecida com isto. Infelizmente, acho que está sendo mais comum acontecer justamente o contrário.

Ele segue com uma proposta de porque os iniciantes em agile de hoje em dia não estão tendo o mesmo nível de ajuda e aprendizado na prática que ele teve há alguns anos:

Muitos deles [os inovadores em agile e os primeiros a adotar as práticas] trabalhava com de forma ágil já há tanto tempo que é natural para eles disseminar estas práticas a todos. O alto nível de experiência destes especialistas possibilitou a eles esquecer as necessidades dos iniciantes. Eles se concentraram em problemas muito maiores como "a empresa", "o off-shore" e "a otimização geral do sistema". Estes são bons problemas para se resolver, e é necessário repassar o conhecimento a várias pessoas para prosseguir o trabalho em seu lugar!

Schlabach segue explicando como o recente crescimento da aceitação de agile e o potencial de absorção rápida de conhecimento das novas "gerações de comunidades" se combinam contribuindo para o distanciamento entre a quantidade de iniciantes precisando de ajuda e o total de praticantes capaz de ajudar. Essencialmente, quando práticas ágeis era algo novo, os "grandes nomes" e seus contemporâneos puderam conter com as demandas por colaboração na adoção de agile, mas não por muito tempo.

Numa última consideração, Schlaber orienta os praticantes em nível comunitário, bem como toda a força de trabalho em agile para ajudar a corrigir esses problemas direcionando seu tempo e dedicação a contribuir de volta em prol da comunidade:

Então... se você estiver utilizando práticas ágeis há mais de 3 anos e está tendo sucesso, o que você está fazendo para ajudar a comunidade? Você está compartilhando suas experiências com as pessoas? Você participa de comunidades onde há pessoas de com níveis e experiências diferentes das suas? Você explica o que tem dado certo para você ou os orienta ajudando a identificar os erros nas abordagens que eles adotam? Você é dos que só indica as literaturas e acena com a cabeça, ou você é daqueles participativos, que dá as mãos e traz todos para um mesmo grupo? Você está tão focado em buscar inovações que está esquecendo das pessoas que deixou para trás? Você se concentra em tudo que uma pessoa estiver fazendo de errado, ou você a ajuda a encontrar algo para fazer certo? As pessoas experimentam efetivamente os mesmos benefícios que você, ou elas apenas seguem os novos procedimentos que você definiu?
...
As pessoas precisam de assistência sobre como iniciar com agile, e nós não podemos permitir que elas sejam seduzidas como por encantadores de serpentes e outros disseminadores de baixa qualidade que estão atrapalhando nossa comunidade. É nosso interesse nos aprimorarmos e trazer as pessoas conosco para que continuemos a crescer.

O que você acha? Será que nós, as novas gerações, estamos fazendo o suficiente para contribuir e ajudar a próxima geração de iniciantes no mundo ágil a fazer a coisas certas?

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