O estatuto do OpenJDK foi ratificado – com 70 votos a favor, nenhum contra e nove abstenções. Embora isso represente um importante marco para o o projeto OpenJDK, que foi construído a partir de um esforço iniciado pela Sun Microsystems em 2007, deve-se destacar que os 61 votos positivos foram de funcionários da Oracle. Além disso, 46 pessoas com direito a voto não o expressaram.
Esboços do estatuto têm gerado críticas. Simon Phipps, que já foi executivo-chefe de open source na Sun, atribuiu ao primeiro draft uma nota de -3 numa escala de -10 a 10, citando uma série de problemas, especialmente a forma como o conselho de governança é construído. O conselho tem cinco membros: um presidente, indicado pela Oracle, um vice-presidente indicado pela IBM, o líder do projeto OpenJDK, também indicado pela Oracle, e dois membros eleitos. O conselho atual inclui Mark Rheinhold e Adam Messinger (ambos da Oracle), Jason Gartner (IBM), além de dois membros independentes: Doug Lea (conhecido por seu trabalho em concorrência no Java), e Mike Milinkovich, diretor executivo da Fundação Eclipse. Como Simon Phipps destacou, membros importantes do Projeto OpenJDK como as empresas RedHat, Google e Apple não foram incluídos. As questões levantadas não foram resolvidas neste draft final do estatuto. Quanto a isso, Mark Rheinhold, arquiteto-chefe do grupo da plataforma Java na Oracle, escreveu no seu blog:
Nem todos estão completamente satisfeitos com a atual versão do estatuto, mas meu sentimento baseado em conversas recentes é que muitos concordam que este é um começo funcional e um alicerce sobre o qual se pode construir mais confiança no futuro.
O OpenJDK ganhará cada vez mais importância, já que será a Implementação de Referência do Java SE 7 quando a versão 7 da plataforma for lançada em julho. Os binários da implementação serão disponibilizados tanto sob a BCL (a licença normal do Java), para implementadores comerciais; e sob a GPLv2 (com exceção Classpath), para implementadores open source. A Oracle continuará fornecendo o TCK para licenciados comerciais, mas também atualizará a licença OCTLA de modo que cubra o Java SE 7. A licença OCTLA dá acesso ao TCK para implementadores open source, possibilitando que verifiquem suas implementações – contanto que essas implementações sejam derivadas do OpenJDK e licenciadas sob a GPL (o Apache Harmony, é claro, não atende a nenhum desses critérios).
A mudança no OpenJDK permitirá que implementadores open source estudem e avaliem o código-fonte, o que tem sido historicamente difícil, desde quando o JDK da Sun era usado como implementação de referência. Também remove um ponto gerador de confusão, dado que o JDK da Sun continha uma série de funcionalidades que não faziam parte do padrão, como o Java plugin.
O estatuto entrará em vigor em meados de julho, seguindo o plano de transição delineado no Apêndice B do documento.