BT

Disseminando conhecimento e inovação em desenvolvimento de software corporativo.

Contribuir

Tópicos

Escolha a região

Início Notícias Distribuições Linux: um Panorama das Novidades

Distribuições Linux: um Panorama das Novidades

O final de maio foi cheio de novidades para os usuários de sistemas Linux mantidos pela empresa Red Hat. Em maio a empresa anunciou o RHEL 6.1, com diversas melhorias relacionadas a virtualização, storage e alta disponibilidade. A empresa também anunciou, em conjunto com a HP, um novo resultado no benckmark SPECvirt_sc2010, que seria o melhor até o momento em servidores blade com dois sockets. Também recentemente, foi anunciado o Fedora 15, que traz novidades em várias áreas, sendo a mais visível a adoção do Gnome 3 com a nova interface Gnome Shell, mais similar a uma interface de smartphone ou tablet do que a um desktop tradicional de PC.

A política da Red Hat de não separar mais os patches que diferenciam o kernel incluso no RHEL (Red Hat Enterprise Linux) do kernel oficial do Linux, para “segurar” os concorrentes que se baseiam nos fontes da Red Hat, parece não estar mais dando certo. Por exemplo, o RHEL 6.0 foi liberado em novembro e o Unbreakable Linux 6.0 da Oracle só saiu quatro meses depois; mas agora a Oracle demorou menos de um mês para liberar o Unbreakable Linux 6.1.

Entre os clones gratuitos, no entanto, a defasagem ainda é significativa. Até o momento apenas o Scientific Linux foi atualizado, e isso somente para a versão 6.0, cinco meses depois da Red Hat. Já o CentOS prevê liberar a sua release 6.0 apenas em junho, com um atraso de sete meses. A comunidade CentOS decidiu focar seus esforços no 5.6, lançado em abril (quatro meses depois do original). Apesar disso, desenvolvedores do CentOS afirmam que a decisão da Red Hat não interfere com a evolução da sua distribuição e que a defasagem se deve a outros fatores internos à comunidade.

Red Hat versus distribuições derivadas

Cada versão maior do RHEL (4.x, 5.x ou 6.x) é mantida por um período de sete anos, durante os quais são liberadas atualizações continuadas de pacotes. Dessa forma, quem instalou um RHEL 6.0 e mantém seu sistema recebendo e instalando atualizações, não precisa fazer mais nada para atualizar para o 6.1. A liberação de uma versão “ponto x” do RHEL serve para facilitar a instalação de novos sistemas, que não precisam mais baixar da internet atualizações acumuladas durante anos (e sim apenas desde a liberação da última versão “ponto x”), ou para que a mídia de instalação já contenha device-drivers atualizados, reduzindo a necessidade de se utilizar discos de drivers durante a instalação.

As distribuições derivadas do RHEL seguem o mesmo processo, recompilando as atualizações pontuais de pacotes e gerando novas mídias de instalação para as versões “ponto x” depois que a RHEL libera os originais e seus fontes, conforme exigência da licença GNU GPL. Então espera-se que exista uma defasagem entre a liberação de uma atualização pela Red Hat e a liberação da mesma atualização pelas distribuições derivadas. Esta defasagem, porém, costuma ser muito curta. E a política da Red Hat de não expor mais os patches aplicados sobre o kernel do RHEL 6.x afetaria apenas atualizações do kernel, não tendo impacto sobre outros pacotes que compõem a distribuição.

Na competição entre a Red Hat e outras distribuições do Linux, um estudo do IDC afirma que o RHEL é o mais utilizado, superando inclusive todas as distribuições de comunidade. Por outro lado, o site W3Techs coloca o CentOS como o mais usado em servidores na Internet já há mais de um ano, com perto de 30% do total de servidores Linux. Segundo o site, o principal concorrente do CentOS é o Debian, que quase empatou nos últimos meses. Ubuntu e RHEL disputam um distante terceiro lugar, com menos de 15% do total. O SuSE fica com uma fatia de cerca de 5%, e o Unbreakable Linux da Oracle com menos de 1%.

Novidades no Fedora

Quanto ao Fedora, usuários de virtualização passam a ter suporte facilitado ao SPICE no ambiente de virtualização KVM, diretamente na ferramenta virt-manager. Isso torna a plataforma uma concorrente real a outras plataformas para virtualização de desktop da Cytrix (Xen), Oracle (VirtualBox) e VMWare. O mesmo recurso está incluso no RHEV for Desktops (Red Hat Enterprise Virtualization) mas não ainda no RHEL.

Ainda no ramo da virtualização, usuários do Fedora 15 poderão experimentar com o oVirt, uma nova infraestrutura open source para gerenciar centralmente um conjunto de hosts KVM e suas VMs. O virt-manager, incluso no RHEL e no Fedora, permite gerenciar apenas as VMs locais, um host por vez. Outras novidades do Fedora 15 são o uso do systemd em lugar do Upstart, possibilitando a inicialização mais rápida do sistema, e a incluisão do LibreOffice em lugar do OpenOffice.

RHEL versus Fedora

Vale lembrar que o Fedora é a verdadeira plataforma de desenvolvimento da Red Hat, na qual são implementados, testados e amadurecidos os componentes que, mais tarde, são inseridos como parte do RHEL e a partir de então, suportados contratualmente pela empresa. No melhor espírito do software open source, vários desenvolvimentos do Fedora são incorporados pelo Debian, Ubuntu e SuSE, e vice-versa.

Para efeito de comparação, o RHEL 5.0 era baseado no Fedora 6, enquanto que o RHEL 6.0 foi baseado no Fedora 12 com alguns elementos do Fedora 13.. Versões intermediárias do RHEL não são atualizadas em relação ao Fedora, limitando-se ao backport de correções críticas e à adição de novos device-drivers. A única exceção foi o RHEL 5.5, lançado em abril de 2010, que foi “rebaseado” no Fedora 9 para incorporar novas funcionalidades do Firefox, OpenOffice, PostgreSQL e especialmente do Samba, permitindo a compatibilidade com clientes Windows 7. Isso ocorreu nove meses depois do lançamento do novo SO da Microsoft e do quase que imediato suporte a ele pelo Projeto Samba.

Novidades no Ubuntu, Debian e SuSE

Enquanto isso, os concorrentes que não usam os fontes da Red Hat também têm novidades. A Canonical liberou em abril o Ubuntu 11.04, que traz o Unity, rompendo com o desktop oficial do projeto Gnome (mas ainda baseado nos demais componentes deste desktop).

Em março, foi liberado o Debian versão 6.01, atualizando o Squeeze (Debian 6.0) que havia sido lançado em fevereiro. O Squeeze atualizou a distribuição para os padrões FHS 2.3 e LSB 3.2, além de trazer o novo desktop do KDE 4.4.5, o Plasma. O Debian é a única das distribuições populares a suportar arquiteturas de processador como PowerPC e ARM.

O kernel do novo Debian não inclui nenhum pacote que não seja software livre, em especial não inclui nenhum firmware proprietário. Mas é possível habilitar o repostório non-free para baixar estes componentes durante a instalação. Usuários do Debian também não precisam tomar nenhuma ação para atualizar seus sistemas para a nova versão, se já estiverem baixando e instalando atualizações automaticamente, como é o default de instalação.

No lado comercial, a Attachmate fez vários anúncios assegurando a continuidade do SuSE Enterprise Linux. A continuidade estava sendo questionada pela comunidade, depois das demissões que se seguiram à compra da Novell. A distribuição experimenta uma volta às origens, pois seu desenvolvimento retorna para Nuremberg, na Alemanha, que era a base da SuSE antes da sua compra pela Novell. A última release do Suse Enterprise (versão 11 SP1) havia sido lançada há mais de um ano, mas em março foi liberada a versão 11.4 do Open SuSE, já sob a tutela da Attachmate.

Avalie esse artigo

Relevância
Estilo/Redação

Conteúdo educacional

BT