Poderia a felicidade ter impacto sobre os resultados de equipes auto-organizadas? Mark Levison cita uma pesquisa em psicologia indicando que a escolha e o controle são intercambiáveis, especificamente no artigo "É tudo uma questão de controle":
De acordo com um estudo publicado na revista "Psychological Science", o poder sobre outras pessoas e as escolhas na vida têm em comum um fundamento essencial: o controle. O estudo conclui que as pessoas estão dispostas a trocar uma fonte de controle por outra. Por exemplo, se têm pouco poder, lutam pela escolha; mas se têm muitas escolhas, não se esforçam tanto para obter mais poder.
“As pessoas instintivamente preferem posições de alto poder no lugar de baixo poder e sentem-se mal quando suas escolhas são tiradas”, lembra Ena Inesi da London Business School. Inesi e seus co-autores suspeitam que a necessidade de controle pessoal pode ser o fator em comum entre esses dois processos aparentemente independentes. O poder é o controle sobre o que outros fazem; escolha é o controle sobre os seus próprios resultados.
Se estamos igualmente satisfeitos com o controle e com a escolha, seria essa uma razão para o entusiasmo em torno de equipes auto-organizadas? Se um número maior de escolhas torna pessoas mais felizes, isso afetaria a produtividade? Devido ao fato de deixarem de se esforçar em busca de poder, talvez os membros das equipes auto-organizadas consigam obter ganhos para a equipe com maior facilidade, além de compartilhar mais amplamente os créditos pelos resultados.
Por outro lado, é comum que a mudança para a auto-organização deixe os gerentes insatisfeitos, especialmente pela insegurança em não saberem o seu novo papel no mundo ágil. Joe Little escreveu recentemente:
Gerentes muitas vezes se sentem excluídos, vendo benefícios gerais nas mudanças, mas raramente para si mesmos. Embora devessem perceber esses benefícios, não lhes é mostrado como obtê-los. Apenas parte-se do suposto que – naturalmente e sem nenhuma explicação – irão compreender, adaptar-se e mudar para se adequar ao Scrum.
Mas um sentimento comum entre os gerentes é o de quem mexeu no meu queijo?: "Antes eu sabia como gerenciar, ser bem sucedido, mostrar o progresso; agora com o Scrum retiraram todos os meus controles. Como faço para obter os resultados de antigamente?"
Considerando a ideia de que a escolha e o poder são intercambiáveis, seria mesmo um problema a perda de controle da gerência? Talvez os gerentes sintam uma perda líquida, pois têm o controle reduzido sem serem compensados com mais escolhas. Se isso for uma realidade e não apenas uma percepção, quais escolhas estariam disponíveis para compensar a perda de controle? Conte-nos suas experiências.