Em 10 de julho foi anunciada a disponibilidade do CentOS 6.0, um “clone” do Red Hat Enterprise Linux (RHEL), quase sete meses depois da liberação do original pela Red Hat (que já está na versão 6.1). O lançamento foi seguido poucos dias depois pela liberação do CentOS 6 Minimum, e do CentOS 6 Live DVD e Live CD.
O release é importante porque o CentOS é a distribuição do Linux mais usada em servidores acessíveis pela internet. O CentOS tem tanta força no mercado que até mesmo a arqui-inimiga Microsoft o suporta contratualmente dentro do Hyper-V, seu virtualizador, e do Azure, a plataforma de nuvem da empresa.
Muitos argumentam que o CentOS deve sua popularidade à compatibilidade binária com o RHEL, economizando aos seus usuários o custo da assinatura da Red Hat (que é um contrato de suporte, não de licença), ao mesmo temo permitindo o uso de vários produtos de software e hardware homologados pelos fornecedores para o original comercial. Outros argumentam que o CentOS deve sua popularidade à maior flexibilidade para a inclusão de pacotes adicionais, não suportados pela Red Hat e portanto ausentes no RHEL – e à possibilidade de atualização de pacotes-chave sem ter que esperar pelo próximo release maior.
Novas variantes do CentOS
As variantes CentOS 6 Minimum e Live DVD são únicas em relação ao original RHEL e outras distribuições derivadas do Fedora Linux, tais como o Scientific Linux. O Minimum permite uma instalação completa e funcional diretamente de um CD, minimizando o tempo de download. Também leva em conta que a maioria dos usuários, especialmente em servidores, utiliza apenas um pequeno subconjunto dos pacotes contidos no DVD e baixará de qualquer maneira várias atualizações dos pacotes a partir da internet.
Já o Live DVD permite ter um sistema desktop ou de desenvolvimento completo, incluindo OpenOffice e Eclipse, a partir de uma mídia removível, não necessariamente um DVD – coisa que não é possível nos Live CDs oferecidos por outras distribuições. Este recurso é baseado nas ferramentas para construção de Live CDs do Fedora e herda delas a capacidade de receber a instalação de atualizações e pacotes adicionais. Além disso, mesmo utilizando um pendrive, são retidas customizações e preferências do usuário. Dada a capacidade dos pendrives atuais é bem possível ter um sistema completo “no bolso”, pronto para rodar em qualquer computador disponível.
Atualizações do CentOS
A demora em liberar a versão 6.0 se deu em parte ao novo processo de build adotado pela comunidade CentOS, que visa acelerar a incorporação e testes de atualizações do RHEL e sua incorporação ao clone gratuito.
Para compensar o atraso em relação ao original, as atualizações de pacotes serão disponibilizadas progressivamente nos repositórios do CentOS, sem esperar pela liberação do CentOS 6.1. Isso é possível porque, no RHEL original, as atualizações de pacotes já incrementavam automaticamente a versão da distribuição, sem necessidade de baixar e usar uma nova mídia de instalação.
Mesmo com atualizações automáticas, no entanto, a geração de uma mídia de instalação ou Live do CentOS 6.1 envolve passos adicionais, como a atualização e testes do instalador em si, o Anaconda, e testes de drivers e módulos que devem estar no kernel de instalação.
Fica o alerta de que, assim como o RHEL, o CentOS 6.0 não pode ser instalado como uma atualização sobre instalações de versões anteriores da distribuição, seja um CentOS 5.x ou 4.x. É necessária uma instalação “do zero”, e depois disso migrar manualmente os dados de usuários e aplicativos.
Explore o CentOS
Os interessados em explorar o CentOS podem baixar a nova versão em qualquer dos espelhos, tanto para sistemas de 32 quanto de 64-bits. A comunidade ainda não liberou um pacote de manuais para a nova versão, mas na maioria dos efeitos práticos pode ser usada a documentação do RHEL, e informações complementares, especialmente sobre as (poucas) diferenças entre o CentOS e o RHEL podem ser encontradas na wiki da comunidade.