BT

Disseminando conhecimento e inovação em desenvolvimento de software corporativo.

Contribuir

Tópicos

Escolha a região

Início Notícias O controle de horas é besteira? A experiência do Github diz que sim

O controle de horas é besteira? A experiência do Github diz que sim

Zach Hokman, um dos desenvolvedores de uma das ferramentas mais conhecidas na comunidade de desenvolvimento de software, o Github, fez um post polêmico, que foi destacado no Hacker News está rendendo ótimos comentários e discussões. O post trata da filosofia e do ambiente de trabalho do Github, e de como não há controle de horas da equipe de desenvolvimento. Tem como base principalmente uma crítica aos princípios apresentados na monografia de Frederic Taylor, "Os principios da administração científica", a obra seminal do Taylorismo. 

Hokman defende que o desenvolvimento de software é um trabalho criativo, e não tem relação nenhuma com trabalhos repetitivos e mecânicos, como se tenta impor no modelo de fábrica (para o qual o Taylorismo foi muito bem-sucedido). Sendo um trabalho principalmente intelectual, o desenvolvimento requer que as pessoas estejam "mentalmente saudáveis" para o cumprimento de suas tarefas. Por isso, são valorizadas as horas em que conseguem ser realmente produtivos, sejam horas comerciais impostas pelas empresas, ou qualquer outra hora do dia ou da noite.

O número de horas trabalhado são uma ótima maneira de medir produtividade em várias indústrias, mas não na nossa. Desenvolver em uma startup é uma experiência muito diferente de trabalhar em uma fábrica. Não se pode simplesmente aumentar as horas dedicadas à solução de um problema e esperar que seja resolvido mais rapidamente. O código é um empreendimento criativo. O desenvolvedor deve estar com a mente e atitude certas e adequadas, para criar código de qualidade.

No Github, os membros da equipe têm a possibilidade de trabalhar de onde desejarem (de casa, do escritório etc.), e quantas horas forem necessárias para o cumprimento de suas tarefas. Cada funcionário faz seu próprio horário. Segundo Hokman, um dos papeis da empresa é incentivar os seus desenvolvedores a serem o mais produtivos possível: o Github não força uma agenda de trabalho que os obrigue a cumprir horários, independentemente de serem ou não produtivos com essa agenda. 

No caso do GitHub, um pouco paradoxalmente, esta flexibilidade resulta em mais horas de trabalho produtivo, e consequentemente em mais resultados:

Ao se permitir horários flexíveis, cria-se uma atmosfera em que os funcionários podem estar motivados e satisfeitos com seu trabalho. No final, isso pode levar a mais horas de trabalho, e horas de trabalho mais produtivas. O trabalho em finais de semana se mistura com dias úteis, dias misturam-se com noites. Isso porque nenhuma parte do trabalho parece trabalho.

A defesa desse modelo de gerenciamento, segundo o autor, se deve ao fato de que controlar as horas dos desenvolvedores é, para quem os gerencia, uma ilusão de que quantidades de horas trabalhadas.

Lembre da última vez em que você estava deprimido ou chateado. Qual era seu nível de produtividade? Agora recorde a última vez em que estava verdadeiramente produtivo. Código saindo voando dos seus dedos, não somente em quantidade, mas com qualidade. Quando se está com a mentalidade e atitude corretas, seu melhor dia de programação pode equivaler a semanas de pressionamento frustrado de teclas.

O modelo é adotado por muitas empresas fora do Brasil, principalmente startups, possibilitando um ambiente mais livre para quem desenvolve, porém está longe de ser uma realidade brasileira.

Você é a favor de tal modelo? Acredita que funciona ou funcionaria no Brasil?

Avalie esse artigo

Relevância
Estilo/Redação

Conteúdo educacional

BT