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LibreOffice 3.5: eliminação de código morto, mais compatibilidade e 300 novos contribuidores

A Document Foundation anunciou a liberação da versão 3.5 do LibreOffice, resultado de quase um ano e meio de desenvolvimento na comunidade. Entre as novidades, destacam-se a importação de documentos do Microsoft Visio, a entrada de fórmulas com múltiplas linhas, maior precisão tipográfica, um novo driver nativo para PostgreSQL e o suporte a atualizações automáticas. Há melhorias na compatibilidade com documentos do MS Office, incluindo OfficeXML, além de suporte a uma maior variedade de figuras predefinidas e novos estilos de início e final de linha, que tornam o LibreOffice mais apropriado para o desenho de diagramas técnicos. Alguns destes e outros recursos foram adicionados como parte do suporte ao padrão ODF 1.2.

O novo release marca um distanciamento da herança do OpenOffice original, patrocinado pela Oracle e Sun. Houve um esforço de eliminação de código morto, junto com um aumento expressivo na quantidade de contribuidores. Hoje, medindo-se pela quantidade de commits, menos de um quarto da base de código original ainda está no produto.

Mais de 300 novos contribuidores se juntaram ao LibreOffice durante o desenvolvimento do release 3.5, incluindo associações locais como a brasileira ALTA. Apesar de contribuições significativas de empresas como Red Hat e SuSE, mais de 70% dos desenvolvedores ativos são voluntários. Isto viabilizou, além da já citada remoção do código morto, a tradução de documentação e de comentários de código que ainda estavam em alemão (o idioma do produto original histórico, adquirido pela Sun na compra da empresa alemã StarDivision).Foi também realizada a construção de uma suite extensiva de testes automatizados.

Os algoritmo de criptografia utilizado pelo LibreOffice mudou. Com isso, novos documentos criptografados não poderão ser abertos com versões anteriores. Esta é uma alteração importante, porque o ODF prevê que aplicativos escritos para versões mais antigas do padrão sejam capazes de exibir e editar, com algumas limitações, documentos salvos em versões mais novas. Isto deixa de ser possível se os documentos forem salvos criptografados com o LibreOffice 3.5 (mas só nesses casos).

A comunidade do LibreOffice recomenda a nova release para "power users", sugerindo que usuários corporativos permaneçam ainda por um tempo na versão 3.4.x enquanto aguardam pelo release 3.5.1. Note que não são suportadas atualizações em cima de versões mais antigas, exceto a também recém-lançada 3.4.5. Nos demais casos, recomenda-se a desinstalação da versão antiga, seguida da instalação da versão 3.5.

O OpenOffice, base para os primeiros releases do LibreOffice, continua disponível, na versão 3.3 e agora hospedado pela Apache Software Foundation. Espera-se para o meio deste ano a versão 4.0, que incluirá código do Lotus Symphony e será a base das futuras ofertas comerciais da IBM. Enquanto isso, a comunidade Apache está fazendo sua própria limpeza de código, eliminando componentes que não seguem a licença Apache, e implementando novos recursos, como melhor suporte a SVG. Deverá ser liberada em breve a versão 3.4.

As diferenças de licença adotadas pelas duas comunidades (GPL e LGPL pelo LibreOffice ou Licença Apache pelo OpenOffice) impedem uma troca de código em mão dupla entre os projetos: apenas a comunidade do LibreOffice pode importar alterações do OpenOffice; já o contrário não é possível, a não ser que o autor da alteração libere o seu código sob uma licença dupla. Entretanto, a quantidade de código novo já inserido no LibreOffice apenas sob GPL e LGPL impede, na prática, a absorção das melhoras pela comunidade OpenOffice.

O LibreOffice 3.5 pode ser baixado como um único instalador MSI para Windows, ao contrário das versões anteriores, nas quais o instalador seguia um processo mais demorado, de descompactar e instalar vários arquivos CAB em separado. O LibreOffice também pode ser obtido como pacotes RPM e DEB para várias arquiteturas e distribuições do Linux, ou como uma imagem de instalação para Macs, tanto Intel como PowerPC.

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