Uma série de posts no blog de Jonathan Bloom da CAST software, resumiu o relatório de sua empresa referente à dívida técnica. Este é o segundo ano em que a CAST produziu este tipo de relatório. Os dados de 2012 foram compilados a partir de 160 empresas diferentes, de uma variedade de indústrias. O número total de sistemas estudados foi 745, representando um agregado de 365 milhões de linhas de código.
Entre os principais resultados apresentados no relatório podemos destacar:
- A CAST estima que a atualmente a dívida técnica custe às empresas 3.61 dólares (cerca de 6,50 reais) a cada linha de código.
- Mais de 35% dos itens apontados como de dívida técnica resultam em impacto negativo nos negócios, comprometendo segurança, performance e disponibilidade.
- Aplicações desenvolvidas através de contratações externas não apresentam diferenças substanciais em relação à sua qualidade estutural, quando comparadas às desenvolvidas internamente nas empresas. O mesmo é verdade na comparação entre desenvolvimento local e o terceirizado para outros países.
- As aplicações baseadas em Java EE predominam entre as estudadas; quando comparadas às em outras linguagens e plataformas, receberam notas inferiores em desempenho e apresentaram maior dívida técnica.
- O aumento de modularidade ameniza o impacto do tamanho das aplicações sobre a qualidade interna.
- Aplicações em COBOL foram avaliadas pelo relatório como as mais seguras, enquanto as aplicações .NET aparecem como as mais vulneráveis.
- Sistemas governamentais tendem a ter a menor facilidade de manutenção.
- Quanto mais frequentemente são liberados novos releases, maior é a dívida técnica.
Analistas do Gartner também analisaram este problema e detectaram um problema crescente de dívida técnica nas organizações. David Norton escreveu um post em seu blog, onde compara o problema a uma bomba relógio, que pode ser ignorada por um determinado período de tempo, mas que fatalmente causará graves danos a organização, se não tratada apropriadamente.
A CAST e outros especialistas na área recomendam que as organizações contabilizem a dívida técnica como parte dos seus orçamentos. Uma abordagem para a monetização (ou quantificação) da dívida técnica foi apresentada por Israel Gat no InfoQ.com em 2010.