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Manifesto 501: pelo direito à vida pessoal no desenvolvimento

Um documento intitulado Manifesto 501, criado nos moldes dos manifestos Ágil e Software Craftsmanship, recentemente causou polêmica ao questionar o senso comum da comunidade de desenvolvimento de software. O Manifesto gerou dezenas de comentários entusiasmados no Hacker News e continua repercutindo na web.

Em oposição à dedicação e empenho profissional, proclamada pela comunidade de desenvolvimento, o autor do manifesto (que não se identifica claramente) defende a posição de que os desenvolvedores de software tenham orgulho do seu trabalho - mas que não vivam e sejam definidos somente pela sua vida profissional.

Abaixo, está a parte principal do manifesto:

Nossas famílias em vez de objetivos comerciais de empresários

Tempo livre, em vez de lanches grátis

Viver nossas vidas em vez de manter nossa marca pessoal

Ritmo sustentável em vez de heroísmo

Projetos pessoais em vez de produtos comerciais de que o mundo não precisa

Ter dinheiro para roupas de qualidade em vez de ganhar camisetas grátis da Microsoft

Jogar pebolim em um bar com amigos em vez de jogar na empresa com o seu líder de projeto

Procurar não ser um idiota, em vez de ser um desenvolvedor rockstar

Em seguida, o autor radicaliza, questionando algumas comportamentos comuns de desenvolvedores famosos (ou em busca da fama) na comunidade:

Se você mantém um blog técnico, contribui para projetos open source, participa de reuniões de grupos de usuários no seu tempo livre, lê principalmente livros relacionados à programação e à produtividade e sempre está comprometido à excelência em seus projetos... sentimos respeito por você, um pouco de pena também, mas o nosso sentimento é basicamente respeito.

O autor segue afirmando que, seguindo essa conduta, em que o trabalho toma conta da vida pessoal, a probabilidade de o profissional evoluir na hierarquia da empresa é alta. Por outro lado, é importante reconhecer que o sucesso dos projetos depende não só das capacidades técnicas, mas também do respeito aos indivíduos como pessoas autônomas e com vida própria. O autor provoca:

Acerte nisso, e faremos um grande trabalho. Erre e há grande chance de estragarmos sua festa. Há muitos mais de nós do que há de vocês.

O respeito a estas diferenças é essencial para o sucesso, pois, segundo o autor, o número de profissionais preocupados com o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal é maior do que do que os viciados em trabalho.

Em tempo, o termo 501 foi criado por Paul Lockwood e tem origem na rotina de uma parcela dos desenvolvedores que deixam a empresa e a preocupação com seus projetos um minuto após as 5 horas da tarde (o final do expediente 'padrão' nos Estados Unidos).

E você? Em qual categoria se enquadra? O que deseja para o futuro? Ser um desenvolvedor rockstar ou 501?

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