Mark Zuckerberg, durante uma conversa na Universidade Stanford com Paul Graham, fundador do Y Combinator, deu dicas de como é o processo dentro do Facebook para criação de produtos e funcionalidades com grande adesão por parte dos usuários.
Aprendendo com os usuários
Zuckerberg afirmou que, com base na coleta de informações de uso do Facebook, a empresa construiu o compartilhamento de fotos, que explodiu em popularidade e provou que, às vezes, os dados podem revelar o que os usuários querem - antes mesmo de saberem que funcionalidades desejam.
Ouvimos o que nossos usuários querem, tanto de forma qualitativa (o que dizem), quanto de forma quantitativa (observando seu comportamento ao utilizarem nossos produtos). Nossos usuários não necessariamente nos disseram que queriam fotos. Foram os uploads diários de novas fotos em suas contas que indicaram essa necessidade.
Segundo Zuckerberg, esta não foi a primeira vez que foi utilizada a prática de observar os recursos mais utilizados e aceitos pelos usuários. E afirmou que usou essas informações até para embasar a introdução de funcionalidades impopulares. Por exemplo, centenas de milhares de pessoas protestaram contra o feed de notícias; mesmo assim a funcionalidade foi mantida e é hoje uma das mais populares do Facebook.
Mudando de direção quando números mostram outros caminhos
Em outro exemplo, Zuckerberg explicou que o uso móvel do Facebook crescia cada vez mais, utilizando seu aplicativo desenvolvido em HTML5. Mas ainda sim os usuários iOS reclamavam que o aplicativo era muito lento. O Facebook decidiu deixar de usar o HTML5 e mudar de direção ("pivot") - criando uma aplicação nativa para o iOS que tem sido grande sucesso. Zuckerberg deixou claro que é preciso ouvir tanto o que as pessoas dizem quanto observar os números.
Não ter medo do caminho que irá trilhar
Durante a conversa com Paul Graham, o presidente do Facebook declarou que os empresários precisam ter flexibilidade para seguir o que aprenderam e o que amam. E mandou uma mensagem para os jovens empreendedores:
Nunca entendi quem abre uma empresa antes de saber o que a empresa deve fazer. Acredito que essas pessoas não reconhecem o valor da flexibilidade.
Explore o que deseja fazer antes de se comprometer. Mantenha-se flexível. É possível fazer isso dentro de uma empresa, mas se deve ter cuidado para não ser travado pela própria estrutura empresarial.
E quando chegam os concorrentes?
Sobre concorrentes, Mark Zuckerberg acredita que, se alguém novo entrar no seu mercado com ideias originais, você não deve inviabilizar seus planos tentando persegui-lo. Caso contrário, poderá acabar como o MySpace, que foi à ruina perseguindo o Facebook.
O MySpace se sentiu ameaçado por nós e nos copiou. Agindo dessa forma você nunca irá vencer. Empresas que estão começando agora e estão apenas tentando copiar o que outras pessoas estão fazendo, nunca serão bem sucedidas.
Mark Zuckerberg, portanto, apresentou orientações para quem está iniciando na abertura de um empreendimento, principalmente no mercado de tecnologia. E deixou claro que o feedback recebido é fundamental para a criação de um produto vencedor e com as funcionalidades realmente necessárias. Veja a entrevista completa no Techcrunch.