DevOps Days Ljubljana 2015 aconteceu nos dias 3 e 4 de Abril e as palestras cobriam todo o espectro CAMS: cultura, automação, medição e compartilhamento.
Os problemas culturais abordados na palestra de Oliver Hankeln vão desde como lidar com falhas (anti-patterns) ao chamado de Avishai Ish-Shalom por organizações (ágeis) além do cargo cult. Tópicos de outras palestras relacionadas à cultura incluem o mantra "Eu estou OK - Você está OK" de Sabine Bernecker-Bendixen, da obra de Thomas A. Harris e como as empresas interessadas em mudar sua cultura devem começar a priorizar seu processo de contratação.
Algumas palestras compartilharam relatos honestos de fracassos e desafios em seu caminho para uma cultura DevOps. Máté Gulyás refletiu sobre a necessidade de deixar os egos do lado de fora, alinhando expectativas entre todos os envolvidos e focando em comunicação e não em ferramentas. Gulyás também apresentou uma curiosa analogia entre fluxos git e DevOps: "puxar devops" é o ideal (pessoas pró-ativamente tomando a iniciativa de mudar), "empurrar devops" é, por vezes, necessário (cutucar delicadamente as pessoas a modificar seu modo de trabalho para melhorar a saída geral do sistema) e, ocasionalmente, um "devops push -comForça" é a única forma de agir, mas deve ser usado com extremo cuidado, já que impor uma mudança que não produz os benefícios esperados pode matar a confiança e minar todas as alterações futuras. Jure Koren falou sobre como sua equipe tentou sair de um ambiente baseado em Docker que estava em produção para coibir maus hábitos que curto-circuitavam o processo de entrega, mas acabou percebendo que problemas culturais precisam ser consertados simultaneamente.
Várias palestras técnicas abordaram temas que foram de automatizando padrões operacionais (por exemplo, reparação de falhas comuns) e facilitar solução de problemas com a agregação de informações usando Stackstorm, passando pela resolução de dependências de pacotes no nível do sistema operacional via uma linguagem funcional (Nix e NixOS). A Red Hat apresentou seu trabalho com Kubernetes, em particular Fabric8 (para agregar logs e métricas e para auto-scaling) e Jube (um sistema Windows parecido com Kubernetes que usa imagens zip ao invés de contêineres). Dois mergulhos técnicos específicos foram: o caminho (e desafios) de migração do Prezi, saindo de uma arquitetura monolítica e chegando aos microservices, e a jornada de Infinum pela idade das trevas do Android 2.2 (falta de testes e ferramentas, atividades com mais de 1k LOC, sem nenhuma verificação estática) ao atual sistema pleno de integração e entrega contínua.
Medições foram representadas pela fala de Avishai Ish-Shalom sobre o que está errado com monitoramento: não ser centrado no negócio, não ser customizado para diferentes sistemas (regras de negócio), não ser focado em melhoria contínua, tão frequentemente delegado a um único fornecedor ou ferramenta e aplicações pouco monitoradas.
Outros papos improvisados variaram de lidar com ataques de negação de serviço em DNS, a elevação da diversidade em tecnologia, mostrar apreço em face do fracasso e uma viagem a um pesadelo de scripting e monitoramento para gerenciamento de configuração e alertas sensíveis.
Como já é tradicional nos DevOps Days, o restantes das conferências foram dedicadas a espaço aberto no qual os participantes podiam compartilhar experiências e discutir soluções para seus problemas particulares. Segundo os organizadores, o DevOps Days Ljubljana cresceu cerca de 40% de 2014 para 2015 (mais de 80 participantes da Eslovênia e países vizinhos).