Geoff Watts, instrutor certificado de Scrum e autor, contou recentemente em seu blog sobre scrum masters com Síndrome do Impostor.
A Síndrome do Impostor é um fenômeno na qual as pessoas são incapazes de internalizar seus feitos. Mesmo com evidências externas de sua competência, aqueles com a síndrome permanecem convencidos de que são uma farsa e não merecem o sucesso que tem.
Quem está sofrendo da Síndrome do Impostor acredita que:
- Que é uma farsa, que está fingindo e que no futuro próximo irão "te desmascarar";
- Que todos sabem mais do que você;
- Que a confiança que tem em você é equivocada;
- Que você não é tão bom quanto pensam que é;
- Que seu sucesso se deve a sorte, estar no lugar certo na hora certa, ou por causa de outras pessoas.
Watts cita que a Síndrome do Impostor é um fenômeno real e corriqueiro entre as pessoas. Quase 70% das pessoas sofrem dessa síndrome.
Joachim Bauemberger, diretor geral da Valbonne Consulting, fala em seu blog da Síndrome do Impostor no desenvolvimento de software.
A Síndrome do Impostor é muito comum entre os profissionais no qual o trabalho é revisado por pares (peer review) como jornalistas, escritores,.... e sim: desenvolvedores de software. É um sinal de que se aplica padrões extremamente altos a si mesmo, o que não está em equilíbrio com a forma como vê os outros.
Segundo Watts, os scrum masters talvez sejam mais propensos à Síndrome do Impostor do que os demais em uma organização ágil. Isso é em parte devido à falta de autoridade inerente ao papel. Eles não tem nenhum poder e frequentemente tem dúvidas sobre eles na posição. Ele justifica isso dizendo que, como o papel possui uma definição bastante vaga em termos de responsabilidades, isso aumenta a falta de clareza e de confiança que um scrum master precisa ter.
Mas ter a Síndrome do Impostor não é de todo mal, segundo Watts:
A Síndrome do Impostor, como todos as características que aparecem nas minhas práticas de coaching, não é de todo mal. Pessoas com a Síndrome do Impostor são geralmente mais humildes, refletivas e diligentes.
Essas pessoas estão constantemente se esforçando muito para provar que são dignos (a si e aos outros) e raramente se contentam com a mediocridade por causa da sua ansiedade de ser descobertos. Por causa disso, pessoas com um alto nível da Síndrome de Impostor são grandes realizadores.
Watts também sugere que o primeiro passo para equilibrar a Síndrome do Impostor consiste na normalização em aceitá-la como algo comum, então conscientemente apreciação dos pontos fortes. Ele diz que é importante para scrum masters enquanto instrui as equipes.
Equilibrar essa característica para si em seu papel como scrum master pode também ajudar a treinar outros com suas Síndromes do Impostor.
Mark Buchan, executivo, intrutor e consultor de gestão de mudança de comportamento organizacional na nlighten, falou em seu blog sobre o exercício de elicitação de valores para os líderes para trabalhar na Síndrome do Impostor. Este exercício baseia-se em reflexões e perguntas de coaching. Alguns exemplos destas questões são:
Pense em uma situação difícil, que te incomoda atualmente. Tome um momento para encará-la de frente. Quão perto os seus pensamentos e sentimentos se alinham com essa realidade? É possível ter um bom entendimento sobre a realidade? Quantas vezes são verificadas suas suposições com a realidade? Quantas vezes se encontra acreditando que seus pensamentos ou sentimentos são realidade?
Subestima suas realizações em sua vida profissional? Quanto acha que ter sorte é um fator em suas realizações?
Já notou qualquer comportamento que recentemente começaram a impactar negativamente o seu desempenho? É eficaz na gestão de seu tempo? Não honra suas decisões urgentes? Quão eficaz é em delegar?