Matthew (Ford) Kern e Miko recentemente escreveram posts sobre o assunto "o ágil está morto". Matthew relaciona essa "morte" é relacionada com a saturação das "consultorias ágil" e a velocidade de hype cycle. Miko liga o assunto à necessidade de se ir mais rápido que as abordagens do movimento ágil, e substituir ágil por devops.
O primeiro artigo de Kern é intitulado simplesmente "O ágil está morto". Kern deliberadamente assume uma posição controversa (e sarcástica) dizendo que
Desenvolvimento de software ágil está morto. Quem pratica isso é ultrapassado. A onda acabou, terminou, e quem seguiu "a ondinha" e comprou certificações desperdiçou dinheiro.
Kern vai além para explicar a "morte" em termos de hype cycle, novidades em marketing e gestão, e sente que
O significado (da marca "ágil") se perdeu, o mérito técnico foi diluído, e aqueles que procuram por excelência técnica abandonaram o esforço. Se não fosse pelo esforço daqueles que realmente acreditam, talvez ágil já tivesse virado história.
Afirmando que a morte foi inevitável, Kern apresenta uma longa lista de razões para isso, incluindo:
- Ágil teve um ponto de equílibrio, e um ponto de inaplicabilidade, mas todos queriam ignorar isso;
- Ágil estava sendo super-marketizado e os fatos ficaram em segundo plano;
- Havia uma mitologia sagrada, terminologia estranha, ferramentas sagradas especiais e outros comportamentos estranhos em forma de culto. (Por exemplo, muitos praticantes de ágil são bullies, e querem amedrontar até que concordemos com eles. Eles questionarão a credibilidade ou atacarão aqueles que não concordem com eles. Recentemente recebi ameaças por um jovem acólito);
- Vi todos tentando forçar para que ágil se encaixasse com controles corporativos muito mais importantes. Claramente, havia suboptimização quando núcleos de desenvolvimento pensavam que eram a parte mais importante do ecosistema. Na maior parte das organizações, eles são apenas uma função de suporte, não o core do negócio, e deveriam estar assumindo funções de negócio mais importantes.
Kern continua a identificar elementos que sente que podem ser salvos, incluindo interações, equipes, algumas das práticas sociais e diversas das práticas técnicas.
E conclui suas ideias sobre o que irá substituir ágil no mercado, a onda devops:
Então em seguida vem a onda do devops. É o "herdeiro evidente". Quem compra serviços de desenvolvimento de software em média ou larga escala, receberá a visita de alguém vendendo devops ainda este ano. (Quando isso acontecer, os vendedores irão dizer que devops é melhor que mero ágil. É preciso comprar). Mas ainda há uma chance de salvar devops:
- Poderíamos ter um foco em considerações corporativas maior que da última vez;
- Poderíamos integrar controles corporativos;
- Poderíamos reconhecer a verdadeira razão pela qual o software existe, na qual a maior parte das customizações de código acontecem, e focar em código relevante;
- BiModal IT poderia consertar parte disso, se algum analista conseguisse entender o ciclo-de-vida completo e em que parte cada método se encaixa;
- Poderíamos deixar para trás o mito do desenvolvedor full stack.
Existem também diversas formas modificadas de ágil que são resultado de experiência e melhorias. Talvez alguém faça um esforço real de marketing com alguma delas.
Já o autor Miko aponta a entrega contínua como o sucessor do ágil no mercado.
O paradigma da entrega contínua (Continuous Delivery) parece ser o sucessor lógico do ágil. Entrega contínua provê um conjunto de termos que não especifica metodologia - e não requer um manifesto, tudo que se precisa saber está no título - apenas precisa entregar software de forma tão contínua quanto possível. Isto permite a equipe usar quaisquer métodos e princípios ágeis necessários para atingir essa meta. Isto resolve uma das reclamações a respeito do ágil, que diz que ágil se tornou um movimento religioso com gurus - e que estes gurus muito bem pagos viriam com uma solução única para todos problemas das equipes de desenvolvimento, que na verdade eram difícies de se encaixar no mundo real de desenvolvimento.
Miko mantém que estamos genuinamente na era do devops.
Kern escreveu um segundo artigo no qual vai mais fundo em suas idéias e nos dá estatísticas, e explora o mercado de devops e ágil olhando para salários e oportunidades de empregos.
Então conclui:
Dados sobre empregos e salários mostram que ágil talvez esteja saturado, ou quase, nos setores de serviços de TI. Espera-se que a entrada de devops no mercado cresça rapidamente em 2016. Um declínio dos serviços de ágil talvez ocorra devido à ascendência dos serviços de devops relacionados. Se a próxima onda é o devops, como assumido, o mercado atualmente requer experiência em metodologia e ferramenta, e não em uma ideologia.
A morte do ágil como uma abordagem e sua substituição com algo novo tem sido um tópico de entrevistas e artigos da InfoQ nos últimos anos. Em 2014, Dave Thomas encorajou os leitores a adotarem agilidade ao invés de ágil e em 2015 ministrou a palestra "ágil está morto". Em 2012, Alex Bell identificou a "febre ágil" como um risco mortal para as organizações.