A alta performance é uma característica de um time, um estado temporário que precisa de atenção se esse time deseja continuar a performar bem. A criação de um ambiente seguro, o investimento no desenvolvimento de habilidades de colaborações e feedbacks peer-to-peer são algumas das ações que você pode fazer para criar um time de alta performance. Esse foi o tema da apresentação de Patrick Kua, Principal Consultant e Tech Lead na ThoughtWorks, no QCon Londres 2017.
Kua explicou a diferença entre um grupo de pessoas e um time. Em um grupo de pessoas, é possível encontrar objetivos individuais e, em grande parte do tempo, essas pessoas não estão trabalhando juntas. Já em um time, as pessoas trabalhando visando atingir objetivos comuns e são recompensadas com um time ao atingir tais objetivos.
Em um time de alta performance é possível existir conflitos, o que pode soar contra intuitivo, segundo Kua. Quando pessoas trabalham juntos de uma forma intensa, os conflitos aparecem e os times tem que aprender a lidar com isso. Kua apresentou um exemplo de um comportamento disfuncional em um time onde alguém modifica um código que outra pessoa escreveu, para logo em seguida a pessoa que escreveu o código originalmente desfazer a recente alteração. Segundo ele, ao tomar essa iniciativa, as pessoas estão evitando entrar em conflito, o que não é nada produtivo. Bons conflitos envolvem discussões saudáveis e os times precisam estarem inseridos em um ambiente capaz de tornar isso possível.
Cabe às lideranças tomarem a frente em situações como essa, ajudando as pessoas a melhorarem suas atitudes. Nesse sentido, Kua recomenda que se encoraje as lideranças em todos os níveis, para que todas as pessoas pensem sobre o que elas podem fazer para ajudar o time.
Uma das formas de se entender e melhorar o funcionamento de um time é através de um pensamento sistêmico. Um time é um grupo de pessoas trabalhando juntas. Segundo Kua, é impossível prever o comportamento dessas pessoas e não existem times iguais. A alta performance é uma característica exclusiva de um time. E é um estado temporário que necessita de atenção caso o time queira a continuar performando dessa forma.
Os times possuem comportamentos que surgem baseados na interação entre as pessoas que o compõe. Por esse motivo, Kua sugere que se invista no desenvolvimento de habilidades de colaboração, preferencialmente aquelas que as pessoas possam aplicar no dia a dia de trabalho.
Os times podem realizar discussões internas para definir conjuntamente como as pessoas querem trabalhar juntas. Porém, é comum que os times fiquem estagnados na etapa de discutir as diferentes formas de trabalho. Para esses casos, Kua sugere setar as expectativas sobre o que se fazer e sobre como se trabalhar conjuntamente no início, deixando que as pessoas compartilhem o que elas julgam ser importante. Ele também sugere que essas decisões sejam discutidas novamente no futuro, uma vez que mudanças naturalmente acontecerão ao longo do caminho.
Antes de discutir questões que envolva a todos, os times precisam criar um ambiente seguro. Segundo Kua, a diretiva primária de Norm Kerth pode ser usada para ajudar a criar esse ambiente de segurança. Ele também sugere que os times optem por pequenas mudanças e que sejam focadas na melhoria da interação entre os integrantes dos times. As mudanças podem ser experimentadas por um tempo, e se a melhoria não for observada, o time pode voltar às práticas realizadas anteriormente.
Uma outra ação que pode ajudar os times a melhorar as interações diárias é o feedback peer-to-peer. Kua sugere que isso seja feito regularmente: toda pessoa deveria ser capaz de dar e receber feedback pelo menos uma vez por mês. Para que isso dê certo, ele sugere que as pessoas sejam treinadas em dar feedbacks efetivos.
Ao se formar um time, Kua sugere que se busque pessoas com diferentes conhecimentos e experiências, além de diferentes habilidades. Ele sugere que se procure por diferentes DNAs.
A diversidade é importante!
Nesse contexto, uma ferramenta que pode ser utilizada é a atividade "moving motivators" do Management 3.0. Kua encerrou sua apresentação dizendo ser importante que se valorize as diferenças e que se explore contextos onde as peculiaridades sejam benéficas.