Cultura digital é o ingrediente chave para as transformações digitais, aumentando produtividade e inovação com a finalidade de manter uma vantagem competitiva, afirma Aisling Curtis. Na Women in Tech Dublin 2019, ela falou sobre o futuro do trabalho e o papel que a cultura digital desempenha nas transformações digitais.
Curtis declara que a cultura digital é crucial para ganhar a guerra pelo talento, capacitando e engajando funcionários:
Nossa própria pesquisa demonstrou que, com uma forte cultura digital, até três vezes mais funcionários dizem que são produtivos, com um em cada cinco funcionários experimentando alta produtividade. Com uma forte cultura digital - 37% mais funcionários se sentem altamente capacitados.
Segundo Curtis, pela primeira vez na história existe até cinco gerações na força de trabalho. Cada geração é única no que diz respeito a valores, perspectivas, estilos de comunicação, e atitudes relacionadas a tecnologia. Sobre os entrevistados na pesquisa realizada por Curtis, na Irlanda, cerca de 60% fazem parte da era do milénio, categoria que compreende idades entre 25 e 44 anos. Esse grupo é mais digitalmente engajado e aos olhos dos empregadores, mais valiosos. Se for dado à esse grupo mais autonomia, flexibilidade e suporte eles ajudarão a criar a melhor cultura digital possível, argumenta Curtis:
Uma boa cultura digital que apóia essas gerações, fornece ajuda para um ambiente favorável, que é crucial para a adaptação bem-sucedida da tecnologia.
A tecnologia no local de trabalho não se resume apenas em realizar mais trabalho. Como nas empresas pode haver até cinco gerações trabalhando juntas, cada uma com suas particularidades e expectativas relacionadas a tecnologia, hábitos e atitudes, uma forte cultura digital torna-se crucial. Segundo Curtis ou você empodera seus funcionários por meio da cultura digital, ou perde seus melhores talentos.
Curtis stated that a digital culture must also be inclusive; it needs to recognise that talent is not confined to an age group, ethnicity, education level or gender. If organisations only seek a certain employee profile, very quickly they run the risk of group think that could undermine the innovative and productive culture organisations are striving to create.
Uma cultura digital deve ser inclusiva, precisa reconhecer que os talentos não estão confinados apenas numa faixa etária, etnia, nível educacional, ou gênero. Se as organizações procurarem apenas um determinado perfil de funcionário, elas correm o risco de pensar em grupo e isso pode prejudicar a cultura inovadora e produtiva que as organizações estão se esforçando para criar.
O InfoQ entrevistou Aisling Curtis, diretora comercial da Microsoft Irlanda, depois de sua palestra na Women in Tech Dublin 2019.
InfoQ: Qual é a sua opinião sobre como será o futuro do trabalho?
Aisling Curtis: Acredito que a Inteligência Artificial (IA) continuará sendo uma tendência importante para os próximos anos. IA está começando a aparecer em diversos setores, como manufatura, varejo e viagens bem como para a área da saúde.
Uma pesquisa recente realizada pela Microsoft mostra que 85% dos negócios na Irlanda tem expectativas de que IA gerará benefícios para otimização de processos. 66% das organizações tem expectativa de que a IA terá um grande impacto, que atualmente é desconhecido em seus negócios.
Se observarmos as Autoridades do aeroporto de Dublin por exemplo, atualmente estão utilizando ajuda de IA para otimizar a experiência de passageiros em larga escala gerenciando 31,5 milhões de visitantes anuais. Musgrave, o maior e mais bem-sucedido varejista de supermercados da Irlanda, com mais de 700 lojas, usará a IA para prever a demanda, otimizar as mudanças de suprimentos que refletem as últimas tendências de compra e, finalmente, transformar a experiência do cliente, de maneira que atenda e supere continuamente as necessidades do cliente.
InfoQ: O que você aprendeu na sua jornada de transformação digital?
Curtis: A habilidade de adaptação e inovação é um traço humano crucial, e é possível evidenciar esse acontecimento muito rápido nos locais de trabalho, a transformação digital está moldando uma nova cultura de como trabalhamos.
Nos últimos anos, existiram mudanças como a de cubículos e silos para espaços de trabalho colaborativos. De desktops conectados para dispositivos móveis. De dados limitados para informações ilimitadas. De hierarquia rígida para mais flexível, aberta e inclusiva. De realização individual para grupo de trabalho compartilhando sucesso. O local de trabalho é muito diferente hoje do que era a 10 anos a atrás e isso é especialmente verdadeiro para a indústria de tecnologia.
As empresas que estão fazendo avanços no ambiente de trabalho moderno e gerenciando bem sua cultura digital estão obtendo resultados significativos. Pesquisas mostram que essas empresas estão superando seus pares nas áreas de geração e crescimento de receita, lucratividade, participação de mercado, produtividade, experiência do cliente e velocidade de lançamento no mercado.
InfoQ: Como podemos garantir uma adaptação cultural bem sucedida de novas tecnologias dentro de uma organização?
Curtis: Há dois lados para garantir uma adaptação bem sucedida da tecnologia nas organizações
Através da empresa
- A liderança sênior precisa apoiar e ser vista como apoiadora das novas tecnologias;
- O acesso ao suporte de TI é fundamental para ajudar os funcionários a se adaptarem, o que é reforçado pelo treinamento.
Por fim, trata-se de criar um ambiente em que a tecnologia é uma prioridade dos negócios na qual a tecnologia é usada com mais frequência.
Fatores culturais necessários para os funcionários
- Autonomia no trabalho - garanta que os funcionários sintam que têm liberdade dentro do trabalho;
- participação dos funcionários na introdução de novas tecnologias;
- flexibilidade no trabalho, na qual mais tecnologia é introduzida com mais frequência.