No Open Core Summit (OCS) inaugural, realizado em São Francisco, foi concluído que o relacionamento entre a computação em nuvem e o software comercial open source é "e", e não "versus". O Open Core é um modelo de negócios e não deve ser confundido com software open source. As empresas Open Core se baseiam nos fundamentos do open source e extraem uma pequena quantidade do valor total das criações.
Conforme relatado nas perguntas e respostas com Joseph Jacks, fundador da OCS, o evento teve como objetivo proporcionar um local de reunião e aprendizado para os participantes do setor compartilharem as experiências e ideias sobre softwares comerciais open source. Jacks, ao lado de Bruce Perens, sócio da OSS Capital e um dos fundadores do movimento de softwares open source, abriu o evento afirmando que, embora haja muita discussão focada em "nuvem versus softwares comerciais de código aberto" (COSS), essa richa mudará para "nuvem e COSS", pois ambos não estão em conflito direto.
Perens forneceu uma breve visão geral da história do software open source e das oportunidades que o movimento ofereceu aos indivíduos e organizações. Afirmou que "a maioria das empresas gastaria um bilhão de dólares para construir a marca que o movimento de software open source possui", e argumentou que as empresas Open Core se baseiam nos fundamentos do open source e extraem uma quantidade de valor menor do que o valor total que os códigos agregam à sociedade.
Embora o conceito Open Core seja amplamente entendido em toda a indústria, ele provou ser um tanto controverso, pois muitos desenvolvedores não consideram o modelo de negócios compatível com as idéias originais associadas ao software livre de open source (FOSS). A história, os benefícios e parte da controvérsia do Open Core foram explorados detalhadamente por meio de palestras de membros da comunidade open source e da indústria, e também por meio de conversas no Twitter envolvendo pessoas que advogam para o open source.
Emil Eifrem, fundador e CEO do Neo4j, discutiu a jornada de criação de uma entidade comercial em torno do popular banco de dados gráfico open source e argumentou que o compartilhamento de idéias e códigos, assim como a criação de padrões orientados pela comunidade, a linguagem de consulta Cypher, por exemplo, forneciam valor para todas as partes. Compartilhou o acontecido com o mercado de banco de dados gráfico quando a AWS lançou o Amazon Neptune, um banco de dados de gráfico totalmente gerenciado, e concluiu sugerindo que "uma maré crescente eleva todos os barcos".
Deb Bryant, diretora sênior do escritório do programa open source da Red Hat, subiu ao palco e afirmou claramente que "o Open Core não é open source, não podemos confundir ambos". Bryant discutiu o compromisso de longo prazo da Red Hat com o open source ("tudo é aberto, do projeto ao produto") e explorou como a organização obtém valor a partir do open source, que incluía: crescimento e participação da comunidade e inovação diversificada. Expôs ainda coisas que frequentemente trazem uma pausa em relação à contribuição na abertura de projetos Open Core. A participação é restrita, a comunidade é desvalorizada, há bloqueio do fornecedor e a implantação (e licenciamento) são restritas.
Sarah Novotny, especialista open source, Azure Office do CTO, continuou a conversa explorando como "o open source é mais sobre o projeto do que sobre o produto". Novotny comentou que, embora o software seja o resultado, são necessários "colaboradores, comunidade e consumidores" para que isso aconteça, e propôs que a monetização seja mais direcionada às oportunidades do ecossistema do que ao próprio sistema.
Os leitores interessados devem seguir a conta do OCS no Twitter para terem acesso aos conteúdos e atualizações do evento.