No DevOps Enterprise Summit (DOES) 2019, em Las Vegas, o Dr. Andre Martin, vice-presidente de desenvolvimento de pessoas do Google, apresentou sua palestra intitulada "A mudança - Criando uma cultura de alto desempenho", onde perguntou ao público: "Como podemos garantir que a cultura da empresa é tão forte quanto a marca?"
Segundo Dr. Martin, a velocidade do crescimento está criando imprevistos na cultura organizacional exigindo mudanças não apenas na maneira como lideramos os funcionários, mas também na maneira como nos envolvemos como comunidade.
Fazendo referência à pesquisa da Bain / Company sobre saúde e desempenho organizacional, Dr. Martin compartilhou alguns números interessantes:
- 68% dos líderes acreditam que a cultura é uma fonte de vantagem competitiva;
- 76% deles acreditam que a cultura organizacional pode mudar, sendo que 65% acreditam que precisam de uma mudança onde trabalham;
- 81% acreditam que uma organização sem uma cultura de alto desempenho está condenada ao fracasso;
- Apenas 10% das empresas conseguem criar e/ou sustentar uma cultura vencedora.
Segundo o Dr. Martin, a cultura e o clima são duas coisas totalmente diferentes. Uma cultura bem definida é reafirmada no clima diário criado pelas equipes, gerentes e executivos dentro da empresa. Quando as palavras e ações de todos estão alinhadas com a cultura, o resultado é maior envolvimento nas equipes, esforços e foco mais nítidos na experiência e no sucesso do cliente.
Durante seus vinte anos de experiência trabalhando com grandes empresas e pesquisando o que os melhores locais de trabalho fazem para criar uma experiência mais atraente para os funcionários, Dr. Martin compartilhou os anti-padrões mais comuns que observou ao longo da carreira e que prejudicam a criatividade e o engajamento dos funcionários, oferecendo sugestões que podem ajudar os líderes a criar uma cultura empresarial vencedora:
- Manter as pessoas muito ocupadas, impede que elas sejam criativas;
- A incapacidade dos líderes de priorizar trabalho valioso dilui a energia criativa das pessoas em tarefas que não agregam valor;
- Não permitir falhas sustenta uma cultura avessa ao risco, reduzindo a inovação;
- Criar competição entre equipes, os impede de desenvolver relacionamentos de qualidade com seus líderes;
- A resistência dos líderes a novas ideias e a invocação do que foi feito no passado aniquila a inovação;
- Críticas dos líderes sobre curiosidade e abertura, matam a busca por algo novo;
- Manter o círculo de liderança pequeno e exclusivo.
Porém, os pontos acima tornam-se as maiores oportunidades para ajudar os líderes a construírem uma empresa tão poderosa em relação a marca quanto a cultura, estimulando a inovação e o crescimento. Para fazer isso, Dr. Martin convida todos a se apropriarem da cultura empresarial onde trabalham, indiferente do cargo que ocupam.
Primeiro, Dr. Martin convida os líderes a observar o clima na equipe e a estar mais atentos ao tipo de clima que eles criam como líderes. É importante que criem um clima que se alinhe à cultura definida pela empresa. Segundo, incentiva todos os talentos individuais a usarem a voz para falar às organizações como estão se saindo, fornecendo soluções melhores e criativas para qualquer problema que apresentem. Por fim, como comunidade, incentiva a todos a ter mais discussões sobre a importância da cultura como parte integrante do crescimento e dos resultados da empresa.
Para obter o tipo de inovação que as empresas precisam para permanecerem competitivas, Dr. Martin recomendou se envolver nas conversas e dar aos funcionários autonomia para refinar o local de trabalho e a cultura. Como comunidade, precisamos conversar mais sobre como trabalhamos e equilibrar o desenvolvimento de habilidades técnicas com a aprendizagem de como trabalhar de maneira diferente.